sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A folha e o vento



De uma janela vi
estendida no chão 
uma folha de papel.
Estava escrita, mas não li.
O vento soprou e,
uma folha ele empurrou.
Parou sob a folha de papel.
O vento soprou e,
a folha empurrou.
O vento soprou novamente,
a folha empurrou e,
antes que do papel saísse,
virou na direção do vento,
que as levou.
Horas depois...
Lá estava ela.
De bruços, toda branquinha e,
sem a folha.
Debaixo de outra janela!
Até que o tempo traga outro vento?

domingo, 26 de agosto de 2012

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Cenas do cotidiano urbano


Todos os dias, no mesmo horário e local elas surgem na calçada. E nem adianta reclamar que estão atrapalhando a passagem ... Da mesma forma que aparecem, desaparecem em segundos, feito mágica, quando o Sol também se esconde.
São de múltipla escolha: biju, doces, roupas, cd e ... nem dá para terminar a lista.
Tem para todos os gostos e bolsos! 
E de freguês em freguês, o tempo passa e a vida segue refletindo malabarismos diante da falta de emprego.

domingo, 12 de agosto de 2012

Recordações



Hoje, numa dessas conversas em família, lembramos do tempo no qual as notícias do bairro ( os acontecimentos importantes ) eram anunciados através do alto falante da igreja.
Na casa onde morávamos, ouvíamos os de duas igrejas, sendo um deles sempre antecedido pelo repicar do sino.
Eram sobre velórios, horários de rezas e missas, novenas, festas e bailes. Eu era menina, mas de algumas coisas me recordo. Do Sô Zé de Paula, com seu terno escuro, zelando sempre pela conservação da igreja. Da dona Zulmira, uma senhorinha que fazia os ensaios dos anjinhos para as rezas de maio. Da dona Antonia que todas as noites de maio saia em procissão com o andor de Nossa Senhora de uma casa para a outra, onde  rezava-se o terço sempre seguido por um leilão de prendas doadas pelos vizinhos daqueles que recebiam a imagem em casa, com uma cerimônia respeitosa. Faziam altares com toalhas de rendas e enfeitavam os jarros com flores do jardim, pois naquele tempo, todas as casas tinham belíssimos jardins.
Não tinha idade para frequentar os bailes e trago apenas o imaginário daquilo que ouvia as moças contarem. Coisas sem muita importância ou maldade, como o dia em que o Sô Bené da dona Lourdes estava cantando numa seresta no salão da casa paroquial sendo acompanhado ao violão pelo Sô Joca da Rosa e ao cavaquinho pelo Sô Carlindo da dona Bibi. Ele não conseguia decorar as letras das músicas e sempre levava consigo um caderno com o repertório anotado. Nesse dia, uma ventania fez a página que ele lia virar sobre as outras e o cantor ficou só no laralálalá ...
O alto falante ou serviço de utilidade pública paroquial rendeu-nos bons momentos de descontração e recordações de um tempo que não volta mais. Afinal, agora, é tudo online!

sábado, 4 de agosto de 2012

Trabalhei feito ela!!!


Hoje me sinto cansada. Mais do que devia para um sábado pós-férias. Tenho que entrar novamente no ritmo acelerado e não terei muito como sair dele até dezembro. Ser mulher e trabalhadora não é fácil. Por mais que se planeje e que tenha ajuda ... sempre acaba sobrando algo para esgotar nossas forças. E ainda bem que temos força, porque seria bem pior sem ela.
São os ossos do ofício! Reorganizar não é fácil. Seguir em frente é preciso. Resta-me descansar para jornada do domingo. Por falta de tempo deixei o supermercado para amanhã. Já imagino o que me espera...